20061106

encontro de sonâmbulas num café de esquina

o cansaço era imenso, e tropecei no peso do meu passo antes mesmo de me acercar da porta. nos meus olhos deteve-se algum embaraço, mas era demasiado longo o traço e o choro não rompeu. conversamos as duas, aprazivelmente ausentes, e num estrebuchar de frases sem sentido tornamo-nos menos dormentes.
sorvemos o café, era amargo, pusemo-nos de pé, era longe, assentamos num beijo sem credo e voltamo-nos sem medo.

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