amanhã vou ao jardim da estrela
amanhã vou ao jardim da estrela. levo comigo um sanduíche e vou repousar sob as folhas de inverno. levo também um livro que muito possivelmente não abrirei. mas amanhã estarei contigo.
o dia está cinzento, ergo-me e gravito já, encontramo-nos lá
são uns tiranos não compreendem este sono não compreendem a tontura que me embala de manhã e que me cala à noite
não posso continuar fingindo ouço não posso continuar fingindo sonho não posso continuar recuso não posso continuar abuso servirás um dia para cobrir-me, quando decidir não mais erguer-me, resistindo à ansiedade turva do meu corpo, desobedecendo às curvas do teu cabelo e ao apoio da mão sob o cotovelo
terei desligado o candeeiro e interrompido o marulhar das ondas terei sofrido mil terrores sem que nenhum se tenha perpetuado em mim terei ouvido louvores e acusações como se fossem um renunciar
renunciarei porque já não quero porque terei vencido o último medo e sem ele não poderia amar-te
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