20070620

desígnio espontâneo

uns dias depois.

surpreender-te, não! surpreende-me a sombra, surpreende-me a ausência, sumida a nódoa, a ausência funda-se, renovada.
quanto ao demais não resta nada.
não há drama. que não admite outra tortura senão a privação, a escrita não me encontra, eu, simplesmente, não me aponto.

mas que espontaneidade, e porque é que isso é tão importante? espontâneo como o aparecimento do homem na terra? como o riso?
se não tivesse sido espontâneo, o que seria? um caso de histeria colectiva? Um estupro mais ou menos velado? uma invenção? Um jogo calculado e maquiavélico para testar os limites, e troçar das fronteiras?

nada nos é menos garantido que esse futuro que segue atrás. no entanto, eis-te preocupado com uma questão de estilo, terá sido espontâneo, terá sido espontâneo. terá sido? sê-lo-á por quanto tempo?

decido afastar-me de ambos
pronto
nem um nem outro

no final da viagem seremos apenas duas, déspotas, suficientemente treinadas para odiar todas as circunstâncias.

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial